domingo, 31 de janeiro de 2010

O livro de Eli

Por Marco Antonio dos Santos


O mundo é semi destruído por uma guerra nuclear. Os sobreviventes lutam para recomeçar entre os escombros, falta de comida e água. Esta ficção cientifica já foi contada diversas vezes, em inúmeros filmes. O mais famoso é Mad Max. E cá entre nós, a trilogia estrelada por Mel Gibson faz o restante parecer cópia.

O filme, O Livro de Eli, não foge a fórmula batida. Mundo pós-apocalíptico, cenário cinzento e o cardápio da civilização está resumido entre carne de gato ou humana.

O diferencial do roteiro é no mínimo inusitado. O vilão, Gary Oldman, tenta arrancar do herói, Eli, Denzel Washington, nada menos do que a cópia da Bíblia Sagrada. Além disto, o personagem central recita trechos de Salmos.

Desde os Dez Mandamentos e Ben Hur, Hollywood tinha se afastado de histórias religiosas. Exceção fica por conta da Ultima Tentação de Cristo e Paixão.

Se lançado na Quaresma ou na Semana Santa, o filme será automaticamente adotada por igrejas e seitas. Mas quem está atrás de diversão, sairá do cinema decepcionado. Melhor seria se tivesse ido a um culto ou missa.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Censura até nos filmes da Globo




Por Daniel Gutierrez






Tá certo. Que a Globo não tem o costume de exibir bons filmes nos horários assistíveis (como praticamente todas as emissoras da nossa -- pobre -- TV aberta), é tão verdade quanto José Roberto Arruda é um ladrão descarado. Mas no último domingo (24/1), fiquei surpreso com o quanto a emissora consegue ser caruda.



Foi exibido, no Temperatura Máxima, o filme Entrando Numa Fria Maior Ainda (Meet the Fockers - EUA, 2004). Permissão pra já começar a detonar o filme a partir do nome original: "Meet the Fockers", do Inglês, quer dizer "conhecendo os Fockers". Acontece que "Focker" normalmente é pronunciado quando se lê a palavra "fucker", ou seja, "aquele que fode." O título todo, então, seria: "Conheça aqueles que fodem" ou, no mínimo, "Conheça os bonzões." Vá lá... é difícil esperar mais de um longametragem que leva Ben Stiller como protagonista. Aliás, Ben Stiller como protagonista dá um ótimo coadjuvante. Especialmente quando se tem no elenco Robert de Niro, Dustin Hoffman, Barbra Streisand, entre outros. (destaque pra Alanna Ubach, que fez a Rosie, assistente do Beakman, lembra?)



Afinal, dá pra afirmar que o filme é fraco, não seja pela atuação de De Niro, Hoffman e até de Alanna Ubach, no papel da empregada latina Isabel. Mas como já afirmei acima, isso não é novidade... É tradição na Globo. O que me surpreendeu mesmo foi a atitude da emissora em censurar pelo menos duas cenas do filme. (Não sei se foram cortadas outras partes, porque minha paciência não me permitiu assistir mais do que consegui até aquele momento.)



Na volta de cada um dos comerciais, a tela ostentava a tarja azul-clara com o número 10, mostrando a classificação indicativa do filme: 10 anos. O problema é que, pra poder exibir o filme sob essa condição, os editores de programação da Globo picotaram o instante em que o papel de De Niro espeta o personagem de Stiller com uma seringa. Foi excluído também o momento em que, cômica e acidentalmente, o personagem de Hoffman golpeia e sangra o nariz de Stiller. Bolas: uma criança de oito anos (meu sobrinho) foi capaz de notar que as cenas foram cortadas [e olha que o menino nem é lá um prodígio...]. Será que uma de dez não notaria os recortes? O problema vem logo depois: "tio! Eles cortaram o filme! Por que será?" O tiozão aqui responde: "ah, filho... porque o sogro espetou o ombro do genro com uma droga perigosa." E depois: "Ah, filho... porque o pai dele deu um soco no nariz dele sem querer... tá vendo o sangue?" Pras duas situações, a resposta do guri: "Ah, ta... Mas por que cortaram?" E o tio não sabia onde por a cara de tacho.

E vale lembrar que não foi cortada a cena em que Hoffman dá um jogo de corpo em De Niro, joga ele pro alto e quase o põe inválido. Por que, tio?



Outra coisa: o bebezinho, sobrinho da noiva de Stiller, aprendeu com o titio a falar o "palavrão" "pa-naaaaa-ca". Leitura labial não é pra todo mundo, mas era absolutamente perceptível que o garotinho pronunciava "asshooooole". A palavra asshole quer dizer, absolutamente, mais que "panaca". Se pensarmos que "ass" quer dizer "bunda" e "hole" quer dizer "buraco", já dá pra imaginar o nível de "inocência" no vocábulo do menino. Agora, porquerraios não traduzem a real e cortam também!?



Amigos, jornalistas ou não, isso não é censura? E a Globo continua sendo campeã de audiência. Vamos continuar permitindo que eles sejam assistidos à exaustão? Vamos continuar almeijando um carguinho de repórter com eles?



Reitero sempre minha opinião quanto à emissora e minha intenção profissional. Se tiver que trabalhar na TV, que seja na Cultura. Globo NÃO!

sábado, 23 de janeiro de 2010

O demitidor profissional


Por Marco Antonio dos Santos


O filme Amor Sem Escalas, estrelado por George Clooney é perfeito para concorrer ao Oscar 2010. O personagem dele é o maior vilão de todos os tempos. Bate Darth Vader e Jason Sexta Feira 13, com um pé nas costas. Ele é um profissional especializado em demitir pessoas.

Rodada entre 2008 e 2009, o filme está impregnado do clima desesperador da crise financeira internacional, detonada em setembro de 2008. Milhares de pessoas foram demitidas e muitas ainda não conseguiram novo emprego. Esta é a principal razão para a sensação de fracasso do 1º ano de governo de Barack Obama.

Mas o melhor do filme é ver a reação das pessoas demitidas, cobrando algum tipo de sentimentalismo dos demitidores. Fantasias dos trabalhadores. Não existe vínculos emocionais no capitalismo.

Sem dúvida, o filme não ganhará o Oscar de Melhor Filme, mas é 100% melhor que Avatar. Mas como as pessoas precisam de distração, após as demissões, a história dirigida pelo cineasta James Cameron vai levar a estatueta.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Por que o Brasil está no Haiti?



Passados anos no Haiti, ainda não está claro a manutenção das tropas naquele país do mar do Caribe. A idéia inicial era mostrar que o Brasil tem condições de concorrer a uma vaga no Conselho de Segurança da ONU.
Quais foram de fato, os avanços para os haitianos? Quais as vantagens para o Brasil, obtidas desta experiência?
O que fica evidente a cada dia, é que os soldados brasileiros estão fazendo o serviço que os norte-americanos não querem e nem tem tempo: de cuidar dos países de Terceiro Mundo, sem riquezas a serem protegidas.
Talvez, o lado positivo da tragédia, provocada pelo terremoto, as mortes de brasileiros, naquela situação vai servir de reflexão para a população e principalmente a classe política rever este missão, que há muito tempo fugiu do objetivo: ajudar na redemocratização. Os haitianos já tem governo, e em fevereiro iriam novamente as urnas. Está mais do que na hora de acabar com esta aventura