terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um rio de lágrimas sai dos zóios

Por Marco Antonio dos Santos

Os sêos dotores das palavras me dá licença, para minha tristeza escrivinhar. Tenho poucos anos de estudo e dificuldades para colocar as letrinhas tudo no lugar. Sai da escola desde menino, pra ajuda papai e mamãe na roça, pra mode nóis num morre de fome.

Homi feito que sô, criado aprendendo a sempre pedir bença pai, bença mãe e ter respeito pelos mais véios, não posso deixa de aqui lamenta a morte do cumpadre Penabranca. Eita preto bão cantadô. Ele tinha uma vóis tão linda, que Nossa Senhora, Virgem Santíssima e seu fio Nosso Sinhô Jesus Cristo, resolveram chamar ele, pra mode fazer dupla lá no céu, com o irmão Xavantinho, outro preto bão cantadô e rimadô.

Eu sei que não presta homi crescido e barbado chora. Mas mais uma vez, peço aqui desculpas, mas não dá para as lagrimas segurar, com a morte de Pena branca. Mas assim, iguar eu, vai chorar o Xororó e Chitãozinho, Sérgio Reis, Renato Teixeira e Almir Sater. Inté também estes moços estudado, do tar sertanejo universitário.

O luto é grande, mas também a gente se conforma, porque sabi que Deus, que ajuda os pobres e cuida de todo mundo, de dia e de noite, tem direito também, de ter seus momentos de lazer, e ficar no seu rancho lá no céu, sentado olhando pra estrelas, ouvindo Pena Branca e Xavantinho.

Um comentário:

  1. Caralho, beto. Que lindo!

    O que mais me surpreende é que foi o Marco (leia-se, jornalista destro e cizudo) quem escrevinhô.

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