
Por Marco Antonio dos Santos
Os sêos dotores das palavras me dá licença, para minha tristeza escrivinhar. Tenho poucos anos de estudo e dificuldades para colocar as letrinhas tudo no lugar. Sai da escola desde menino, pra ajuda papai e mamãe na roça, pra mode nóis num morre de fome.
Homi feito que sô, criado aprendendo a sempre pedir bença pai, bença mãe e ter respeito pelos mais véios, não posso deixa de aqui lamenta a morte do cumpadre Penabranca. Eita preto bão cantadô. Ele tinha uma vóis tão linda, que Nossa Senhora, Virgem Santíssima e seu fio Nosso Sinhô Jesus Cristo, resolveram chamar ele, pra mode fazer dupla lá no céu, com o irmão Xavantinho, outro preto bão cantadô e rimadô.
Eu sei que não presta homi crescido e barbado chora. Mas mais uma vez, peço aqui desculpas, mas não dá para as lagrimas segurar, com a morte de Pena branca. Mas assim, iguar eu, vai chorar o Xororó e Chitãozinho, Sérgio Reis, Renato Teixeira e Almir Sater. Inté também estes moços estudado, do tar sertanejo universitário.
O luto é grande, mas também a gente se conforma, porque sabi que Deus, que ajuda os pobres e cuida de todo mundo, de dia e de noite, tem direito também, de ter seus momentos de lazer, e ficar no seu rancho lá no céu, sentado olhando pra estrelas, ouvindo Pena Branca e Xavantinho.
Caralho, beto. Que lindo!
ResponderExcluirO que mais me surpreende é que foi o Marco (leia-se, jornalista destro e cizudo) quem escrevinhô.