
Por Renan Leite
Tiro curto. Sete jogos. Copa do Mundo é momento. Menos tática, mais qualidade.
A opção do técnico Dunga em deixar de fora Ronaldinho Gaúcho da seleção brasileira levanta questionamentos em toda a imprensa mundial. Como um jogador, já eleito duas vezes o melhor do mundo da bola e que está voltando a ser o gênio já conhecido pelos amantes do futebol, pode ficar de fora do Mundial?
Dunga fica bravo. Responde sem responder. Lembra do passado quando aconteceu a mesma coisa com Parreira e Luis Felipe Scolari envolvendo o nome de Romário. Mas o caso é outro. O jogador é outro. O técnico é outro.
Em uma competição como a Copa do Mundo o que vale é o momento do jogador e não seu histórico, mesmo que recente, pela seleção. O treinador defende seus jogadores pelo apoio que recebeu em um momento de transação, principalmente o pós 2006. Lembra das conquistas da Copa América, Copa das Confederações e do bronze Olímpico. Tudo isso é fato, mas não argumentos convincentes para deixar uma qualidade como a de Ronaldinho de fora.
Outro fato levantado por Dunga para justificar suas escolhas em relação ao Gaúcho é a regularidade do jogador ao longo dos 90 minutos. Mas qual jogador é constante durante toda partida?
O treinador exalta principalmente o esquema tático que se encaixou bem na seleção. Dois zagueiros, que recebem a proteção de Gilberto Silva. Um segundo volante que sai pro jogo, um meia com um arranque excepcional e dois laterais que avançam e caem pelo meio. Além do centroavante que vive o melhor momento da sua carreira.
Apesar de toda esse esquema organizado pelo treinador, em uma partida complicada, diante de uma Inglaterra, Itália ou Alemanha que se retrancam, usam a força e jogam no contra-ataque, o esquema pode não funcionar. E aí? O que fazer? Sacar Gilberto Silva e colocar Julio Baptista? Tirar Ramires e colocar Josué?
Todas as alterações não modificarão o modo da seleção jogar. E é aí que entra uma jogada. O gênio. O diferenciado. Com apenas uma jogada é possível desmontar todo o esquema tático do adversário. Uma firula na beira do gramado pode confundir a marcação e facilitar a ultrapassagem de um lateral ou de um jogador que venha do meio como elemento surpresa. Isso é o diferencial das equipes qualificadas e que são, no desfecho do mundial, as grandes vencedoras.
Dunga permanece na sua linha fechada, assim como sua cara. Se a teimosia persistir ele se lembrará de tudo isso quando não conseguir furar uma forte retranca, seja do ASA de Arapiraca ou da forte seleção da Costa do Marfim, ainda na fase inicial.
Galhos, Leite! Belo texto. Digno da primeira de muitas postagens.
ResponderExcluirTá, fora a rasgação de seda, quero botar meu bedelho sujo e sem um pingo de sabedoria futebolística nesse seu raciocínio.
GENTE, SERÁ QUE SÓ EU VEJO NA BOA FASE DO RONALDINHO UM TIRO DE MISERICÓRDIA NA TENTATIVA DE CONSEGUIR VAGA NA SELEÇÃO?
Me chamem de pessimista, maniqueísta, stalinista, o que for. Eu não ligo. Quanto aos prêmios: se os 2 troféus de melhor do mundo para o dentuço do Rio Grande tivessem sido em 2008 e 2009, talvez eu pensasse diferente.
INFELIZMENTE, tudo que eu consigo ver nele é um cara parcialmente mascarado, que joga bem em clube e que talvez volte a ser um jogador exemplo, mas só daqui uns 5, 6 anos, quando estiver velho e voltar a jogar no Brasil, como tem sido com seu homônimo careca e carioca.
Bolas, entendam-me: isso não tira o mérito do Ronaldinho. É, foi e será um puta jogador. Só acho que não mais seja conveniente tê-lo na Canária. Bem como não entendo porque o Grafite tá lá, e, por Deus do Céu, quem é Ramires, meu pai?